sexta-feira, 29 de maio de 2015

GRITO À CALADA NA MADRUGADA

Eis que o grito no escuro
se torna cada vez mais insuportável
cada eco a ecoar faz meu coração querer parar
Todo tom de minha voz indo
É ouvido no vazio voltar
E minha nudez por vez querendo se esconder
Da flor, da arvore, do ser
Por um fruto, o fruto não vai florescer
A criança em mim, sim, quis crescer
Por favor
Ouça meu grito no escuro
Um ser em chamas
Busca chamar a atenção
Sou Só um sopro no pó da criação
Um nó na garganta de quem está a gritar
No fim. Um de nós há de falar
FALE!

danço de olhos fechados;
Não posso ter uma esperança
em um mundo sem você
Sinto o vento que me sopra, o que me sobra?
E assim como ar que me mantem de pé
Creio no ser invisível que traz vida
Meu ser sensível, se perde na lida
E dói
Dói o arrancar do mundo sobre meus ouvidos.
Venha ó Ser, venha ser
Faz-me ser
o ser que queres que seja.
Para que o Ser seja
mais que meu ser deseja
Criador não és criatura
Embora a criatura almeja ser criador
Cria à dor, implora amor
Grite!
Grito sim
Pois Por vez meus ouvidos já não suportam a surdez

Criador Cria a dor e a cria atura
Ora, as horas passam em minha muda prece, muda que cresce
Filho de um rei em ouro
Oro, choro e no silêncio de dias
Já é semana, tudo se faz
De homem à rapaz, e a paz ?
Passou manchando a terra
Umbrais de sangue
pinta o inaudito grito de guerra
Grito:
seja a voz em meu pensamento
Quando o silêncio me dominar
Seja a luz que conduz-me a amar
Ora, vem ensinar
Ensina-me a orar também
Ensina-me paz, após o amém
E assim amem, amem...
amém

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