sexta-feira, 29 de maio de 2015

Ex cravo-da-índia no Brasil

O cravo viu a canela
Pulou do pé e quis "secar" nela
O cravo-da-índia não quis saber do tupi
Não quis mais ser flor, Dizendo:
Não nasci pra beijar beija-flor
Após tudo isso entupi'

O cravo desejou outro aroma
Quis ir a Roma por conhecer a romã
O cravo conheceu a rosa
quis ser cor-de-rosa
O cravo foi exposto ao sol, posto justamente pra secar
Desejou ser sol
e em sol aprendeu a cantar

O cravo foi jogado ao doce
Almejou ser doce
até que em doce se fundiu
O ex-cravo viu um cravo virar pé-de-cravo
e isso o confundiu
Pede o Cravo ser pé-de-cravo
mais viu em seu pé a corrente
Pois o cravo foi tanta mentira que deixou de ser semente
pra ser um ser que mente
E agora o ex-cravo chora
a própria calamidade
De ser escravo da falta de identidade

E sendo um doce
Desejou ser o que era
fosse o que fosse
Mais dançou...
Porém na última dança
Chorando, fez o sorriso de uma criança
Quem diria que nessa jornada
Viraria doce quem um dia já foi
semente de granada
Em sua última explosão disse assim:
Não escolhi a corrente
Ela se prendeu a mim

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