segunda-feira, 30 de julho de 2012

ROSAS PÚRPURAS VIL

As pétalas no chão comemoram mais um inverno
Chuvas de lágrimas em solidão regam o que diz ser eterno
As rosas do campo já não existem mais
nem seu perfume espalhado ao ar
As pétalas em branco compõe as poesias já não reais
Manchado de sangue, grita o que há
no peito do pé do gramado
Rosa é a face da vergonha
pétalas que transbordam sobre o efeito de maconha em dia ensolarado
Grita os pamonhas que Isso compõe o broto de nosso Brasil
Buscando a perfeição em tom anil;
luta cada rosa por um grito civil;
mas puta que pariu, 
As rosas não falam!;
lhe diz um funil

As pétalas no chão comemoram mais um inverno
Chuvas em babas de cão;
lhes mostram as portas do inferno
As rosas em campo brigam mais e mais;
pelo pouco de voz que conseguem falar
As pétalas em branco se amarelam aos brutais; 
branco são sonhos de meros mortais
No fundo do peito surge o amado;
armado com a esperança
um brilho, ladrilhos em olhos de criança
Rosa vermelha, Vermelha é a terra onde vive
ganhando forças em espinhos 
cortam os laços em linhos;
caules de um ninho feminil
Correndo ao vento em um sentimento ágil de flor
Boiando na correnteza da beleza 
ardil e versátil, surge o amor.
Agora as rosas lutam por um amor sutil;
uma história, um perfil
Mas puta que pariu 
rosas não tem identidade;
fala o pau-brasil

As pétalas no inverno comemoram mais um chão
Folhas rasgadas de um caderno
conta a história de cada grão
Os campos das rosas em rodas deixados para traz;
afogam-se em lágrimas de um mar
As pétalas em vermelho contam a história de um país;
vermelho são os olhos de meros brutais
Em uma realidade pura
um fato que ninguém apura;
mas atura os que seguram as rosas
E no ato entre guerra e paz, ódio e amor;
surge o momento...
Gritam ao vento, o nascer de uma semente que não mente;
que faz um florescer em rosas púrpuras vil
Nascida em latas de canil 
rosas púrpuras vil
um pedaço tátil do Brasil
No acanto do espanto civil 
sente a rosa uma pitada de frio 
Mas puta que pariu, as rosas não tem sentimento;
Grita a bala de um fuzil

você viu?
não?
rosas purpuras vil