Pássaro
a revoar o céu
Caneta
a devorar papel
Sonho
de liberdade transcrita
Olhos
em realidade maldita
Um brinde ao rígido que nega!
Um brinde a virgem cega!
Pássaro
a revoar na orla
As
penas, apenas penas cumprem pena na gaiola
Empinando
empena a empenha de sua história
Joga-se
no trilho e encena uma trajetória
Um brinde a quem tem regras!
Um brinde a quem não quer elas!
Pássaro
que voa e revoa
Que
não tem pena a toa
Ensina-nos
a bater asas
Sem
ter medo de tostar os pés em brasas
Pássaro
a revoar o véu
Que
nunca é réu
Dai-nos
aula, a sorte isolada
Dai-nos
jaula, a morte enjaulada
Um brinde a quem tem hora!
Um brinde a quem diz: ora a hora é agora!
Pássaro
a voar...
Menino
a vagar, de vagar, vai indo...
Pra
que asas? Se preferes andar
Menino
a vagar, vagal local, devagar, sorrindo
Um brinde ao solitário pássaro calado!
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